Um dos destinos preferidos dos nômades digitais é a Tailândia. Esse país do sudeste asiático atrai muitos turistas e trabalhadores remotos pelo baixo custo de vida comparado a outros centros, pela excelente gastronomia, pelo clima e, claro, pelas atrações como templos, praias e natureza.
A capital da Tailândia é Bangkok, que está em 1º lugar entre as cidades mais populares no site NomadList. Fiquei três semanas trabalhando remotamente e conhecendo a maior cidade do país. Aqui vai um mini guia sobre o que fazer em Bangkok.
Mercados tradicionais e comida de rua
Começamos pelo melhor: a comida. Em Bangkok, assim como em toda a Tailândia, a cultura do street food é muito forte. Comer em barraquinhas de rua é, tanto para turistas quanto para locais, um ato bastante comum (além de barato e, na maioria das vezes, delicioso).
Um dos principais mercados é o de Chatuchak, que abre durante os finais de semana, e recebe mais de 8.000 tendas que vendem roupas e produtos locais, além de uma variedade imensa de comida. Já em Chinatown (ou Yaowarat), o bairro chinês, você encontra muitas barraquinhas com pratos tailandeses e chineses como Dim Sum, noodles, pato assado e os famosos insetos como escorpião (que não é nada de outro mundo, parece um plástico queimado e duro).
Outros mercado popular é o Damnoen Saduak Floating Market. Esse mercado flutuante fica a cerca de uma hora de Bangkok e você vai passando de barquinho entre as lojas. Perto de lá fica o Maeklong Railway Market, uma feira de rua que fica bem nos trilhos de um trem.
Principais comidas de Bangkok
Algumas das receitas mais famosas do país que podem ser encontradas pelas ruas e mercados de Bangkok incluem:
- Pad Thai: é feito de macarrão (noodles de arroz) com camarão, frango ou tofu, misturado com ovos e brotos de feijão. Geralmente leva amendoim triturado, limão e molho de tamarindo como tempero;
- Tom Yum: uma sopa picante, feita com camarões, ervas aromáticas como capim-limão, folhas de limão kaffir e pimenta chili;
- Som Tam: salada de papaya verde picante, com pimentas, alho, amendoins, molho de peixe, açúcar de palma, tomates e outros ingredientes, normalmente servida com arroz pegajoso;
- Khao Pad: o famoso fried rice, ou arroz frito, geralmente preparado com frango, camarão ou porco, ovos, legumes e até mesmo abacaxi e caju;
- Mango Sticky Rice: a sobremesa mais famosa leva arroz pegajoso, manga fresca e um molho doce de leite de coco.
É importante ressaltar que os pratos tailandeses geralmente levam bastante pimenta, então caso você não goste, sempre peça no spicy. Menção honrosa também para os sucos naturais e frutas, como manga, laranja e coco, sempre bem doces. Caso você tenha um paladar mais sofisticado, Bangkok também abriga vários restaurantes com estrelas Michelin e em 2025 foi eleita pela revista Time Out como o segundo melhor destino para comer.
Templos, parques e shoppings
Bangkok também é reconhecida internacionalmente pelos seus templos, já que a maioria da população tailandesa é budista. De acordo com a lenda, foi no Templo Wat Pho (Templo do Buda Reclinado) que a massagem tailandesa foi inventada. Visite esse templo e depois passeio pelo Wat Arun (Templo do Amanhecer), que fica do outro lado do rio Chao Phraya. Como o nome indica, suas luzes o deixam mais bonito tanto de manhã quanto no final da tarde. Se tiver pique, faça também uma visita ao Grande Palácio e ao Wat Phra Kaew, o Templo do Buda de Esmeralda.
Já que mencionei o rio Chao Phraya, vale a pena fazer um passeio de barco para ter uma outra visão da cidade. Eu recomendo ir até o Asiatique The Riverfront de noite e escolher uma das diversas opções que existem lá. O Asiatique é um mistura de mercado com um centro de compras, que une gastronomia e entretenimento.
A cidade de Bangkok não tem muita área verde, mas se você quiser um pouco de natureza e calma no meio de tanto prédio, vá até o Lumphini Park, um parque que lembra o Ibirapuera, em São Paulo. Já se você gosta de comprar, Bangkok também oferece diversas opções de centros comerciais como o Iconsiam, o maior shopping do país, ou o Siam Paragom.
Vida noturna e casas de massagem
Como toda grande metrópole, Bangkok também tem uma agitada vida noturna. A rua mais famosa entre os visitantes é a Khao San Road, que oferece diversas opções de bares, barraquinhas de comida de rua e massagens (com e sem final feliz). No bairro de Sukhumvit você também encontra uma noite cheia de energia, turistas e massagens com happy ending.
Já se você procura as tradicionais massagens tailandesas, as casas de massagem estão presentes a cada esquina em Bangkok, com inúmeras profissionais que te atendem na hora, seja para relaxar ou até mesmo para sanar suas dores e tensões musculares. O preço varia, mas a média para uma massagem completa de uma hora fica em torno de 300 baht (cerca de R$ 50).
Para quem gosta de cinema e acompanhou a comédia Se Beber, Não Case 2, Bangkok serviu como cenário para a filmagem de boa parte do filme. Uma das cenas mais emblemáticas ocorre em um rooftop da capital tailandesa, o Sky Bar. A entrada é gratuita, mas o preço é bem salgado: cerca de 1.000 Baht (30 euros) por um taça de vinho. Se você não se importar, vale a pena subir pela experiência e por ter uma vista bem do alto da cidade.
Dicas de Bangkok
O melhor jeito de chegar até Bangkok vindo do Brasil é através dos Emirados Árabes. A seguir, veja algumas dicas que podem facilitar sua vida durante a estadia na capital da Tailândia:
- Dinheiro: ande sempre com dinheiro em espécie, já que em muitos locais não são aceitos cartões. Para sacar, geralmente as máquinas de ATM cobram uma taxa;
- Idioma: apesar de receber muitos estrangeiros, boa parte da população não fala inglês. Ter um aplicatido de tradução ou até mesmo saber algumas palavras em tailandês ajuda na comunicação;
- Transporte: Bangkok tem mais de 5 milhões de habitantes e o meio de transporte mais popular (ou aquele mais notável) são as motos. Se estiver solo, vale a pena utilizar o Grab, como se fosse um Uber moto deles -quase todas as corridas pela cidade dão cerca de 2 euros. O metrô e o BTS Skytrain também são eficientes formas de se locomover, além do tuk-tuk;
- Preço: pechinchar é comum em Bangkok, principalmente em lojas de souvenirs e meios de transporte como o tuk-tuk.
Minha experiência em Bangkok
Fiquei hospedado em um Airbnb na região de Khlong San, super bem localizado. O condomínio era novinho, com tudo equipado, piscina e até academia. Por 3 semanas paguei 640 euros (o que pode ser considerado caro para o padrão local, mas valeu muito a pena.)
Bangkok me lembrou São Paulo, meio caótica, bagunçada, cheia de arranha-céu, mas com muita vida. O trânsito é intenso, porém fluir melhor. Também me pareceu mais segura, limpa e organizada, além de ser bem mais quente e úmida.
A energia é vibrante e, para quem gosta de cidade grande, Bangkok oferece de tudo, desde ótimas opções de gastronomia, passando por lazer e até passeios culturais. Isso sem contar com um povo extremamente educado e gentil, que dificilmente vai tentar te passar a perna. É claro que alguns preços podem ser mais caros para os turistas, mas como disse, vale a pena pechinchar (e quase sempre funciona).
Fui embora de Bangkok e, uma semana depois, o terremoto que atingiu o Myanmar abalou a capital da Tailândia. Deixo aqui meu pesar e meu agradecimento a toda a cidade.
