Se você é fã de Fórmula 1, já deve ter ouvido falar no tradicional circuito de Singapura, disputado durante o período noturno. Apesar de estar no calendário das corridas, essa cidade-estado do Sudeste Asiático ainda não faz parte do roteiro de muita gente que visita a Ásia. No texto a seguir, vou explicar os motivos pelos quais você deve fazer um pit-stop em Singapura, com o perdão do trocadilho.
O que fazer em Singapura
Singapura é um país pequeno, com 728 km², metade do tamanho da cidade de São Paulo, que tem 1.521 km². Por isso, pouco tempo basta para conhecer e explorar o país asiático. Eu fiquei três dias e vi bastante coisa. Confira o que fazer em Singapura nesse período, as principais atrações, dicas e o que achei do destino:
Gardens by the Bay, Marina Bay Sands e Merlion Park
Esses três pontos turísticos ficam bem próximos um do outro, então dá pra fazer tudo a pé em algumas poucas horas. Recomendo passear tanto de dia quanto à noite, para poder ver o show de luzes Spectra – A Light & Water Show que acontece nas águas da baía.
No Gardens by the Bay, onde existem as supertrees, aquelas árvores gigantes de metal, você também pode curtir gratuitamente o show de luzes das árvores futuristas, que ficam iluminadas em tons de roxo e verde. Ao fundo, está o Marina Bay Sands, o maior ícone da modernidade de Singapura, um complexo gigante que inclui, entre outras coisas, um shopping e um hotel com piscina de borda infinita no topo. De acordo com um motorista que conheci, se você quiser reservar uma mesa no rooftop deve fazer isso com bastante antecedência.


Do outro lado do hotel está o Merlion Park e sua estátua metade leão e metade peixe. De lá você também pode ter uma visão da Marina Bay iluminada e dos arranha-céus de Singapura, além de encontrar algumas opções de restaurante.
Chinatown, Little India e Kampong Glam
Singapura é uma mescla de várias culturas do mundo. Uma prova disso são os diversos bairros espalhados pela cidade. Em Chinatown, lojas e restaurantes chineses são indicativos da forte influência chinesa na região. Uma das atrações mais conhecidas é o templo Buddha Tooth Relic.
Já em Little India, templos hindus como o Sri Veeramakaliamman dividem as calçadas com mercados e aromas intensos. Essa parte me lembrou um pouco o centro de São Paulo, mais precisamente a região da 25 de março ou Santa Ifigênia, muito por conta das diversas lojas de bolsas, roupas e eletrônicos.
O bairro que mais gostei foi Kampong Glam. Cheio de cores, murais artísticos, cafés alternativos, lojas vintage e restaurantes turcos, esse bairro muçulmano mistura tradição e modernidade. É uma parte mais animada de Singapura, principalmente na Haji Lane, uma ruazinha estreita perfeita para tirar fotos ou simplesmente passear. Em Kampong Glam também fica a mesquita Masjid Sultan.


Clarke Quay e Boat Quay
Ideal para passear no fim da tarde e à noite, essas regiões de Singapura concentram inúmeros bares, restaurantes e baladas às margens de um rio. O charme colonial das construções se mistura com a energia cosmopolita e moderna.
A atmosfera internacional pode ser vista nos diversos tipos de cozinha presentes na área, que incluem italiana, grega, mexicana, japonesa, chinesa, de frutos do mar, entre outras. Se você curte música ao vivo, mais opções de restaurante e gosta de uma vida noturna vibrante, a região do Singapore River é o local ideal.
Bugis e Biblioteca Nacional
Para quem gosta de ler, recomendo visitar a National Library of Singapore. Por acaso ela ficava bem perto de onde me hospedei. Tive que esperar para poder fazer o check-in e passei um bom tempo lendo livros e revistas sem pagar nada na biblioteca.
A biblioteca fica no bairro de Bugis, uma área movimentada que abriga a Bugis Street e seu mercado de rua famoso por roupas, acessórios, eletrônicos, souvenirs e comidas típicas e o Bugis Junction, um centro comercial mais moderno com lojas de marca e restaurantes.
Outras atrações
O aeroporto de Jewel Changi também é uma atração por causa de sua cachoeira interna. A Rain Vortex é a cachoeira indoor mais alta do mundo com 40 metros de altura. Além dela, também é possível visitar o jardim tropical do Shiseido Forest Valley. No próprio aeroporto tem um trem que liga os terminais e passa em frente à cachoeira. No complexo ainda existem diversas lojas e restaurantes.
Mais duas atrações famosas, porém que não cheguei a ir são o parque Universal Studios Singapore, que fica em Sentosa Island, e o Singapore Botanic Gardens, jardim botânico que é Patrimônio Mundial da UNESCO.


Onde comer e beber em Singapura
O principal ponto para quem quer comer em Singapura é o Lau Pa Sat. Esse mercado ocupa um quarteirão inteiro e oferece barracas e restaurantes com alguns dos pratos mais populares dessa região da Ásia como chicken rice, laksa e satay, que são uns espetinhos bem famosos por lá.
Para os amantes de bons drinks, Singapura abriga dois bares eleitos entre os 50 melhores do mundo pelo The World’s 50 Best Bars 2025: o Jigger & Pony e o Nutmeg & Clove. Curiosamente, o Nutmeg & Clove fica ao lado do local onde me hospedei e confesso que fiquei bem tentado em entrar, mas infelizmente não provei sua bebida. A lista saiu meses depois da minha visita ao país, se tivesse saído antes certamente teria conferido os coquetéis do bar.
Minhas impressões sobre Singapura
Singapura aparece constantemente na lista dos países mais seguros do mundo. No pouco tempo em que estive lá, me senti completamente seguro, como você pode ler nessa crônica que fiz para a minha newsletter.
Um dos motivos para tamanha segurança é a rigidez das leis locais. Em Singapura, não é permitido comer nem beber no metrô e também é proibido transportar durian, uma fruta que lembra a jaca e cheira forte, nos vagões. A venda de chicletes também é proibida, assim como atravessar a rua fora da faixa de segurança.
Além de ser extremamente segura, a cidade-estado de Singapura é muito moderna, organizada e limpa. Tudo funciona perfeitamente e você dificilmente encontra lixo jogado nas ruas. Singapura me lembrou Dubai pela moderninade e por seus arranha-céus. Eu particularmente preferi Singapura do que os Emirados Árabes porque é mais arborizada e menos restrita em questões sociais e comportamentais.
Singapura foi uma grata surpresa no Sudeste Asiático. Fui meio que sem expectativas, mas o país é bem desenvolvido e oferece muitas coisas que valorizo, como segurança, mistura cultural, eficiência e inovação, infraestrutura moderna e regras/leis respeitadas e que funcionam. Voltaria a visitar e moraria em Singapura com certeza.

